quarta-feira, 3 de junho de 2009

Família capixaba escapa de acidente após desistir de viagem para França

02/06/2009 - 15h24 (Rafael Porto - Da Redação Multimídia)

Pouca gente sabe, mas o nome 'Renata' deriva do latim e significa 'nascer de novo'. Obra do acaso ou do destino, verdade é que a empresária capixaba Renata Coelho Vieira escapou da morte pela terceira vez, aos 38 anos de idade, quando deixou de embarcar no voo 447 da Air France, que desapareceu enquanto sobrevoava o Oceano Atlântico, no último domingo, após deixar o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.
Ao lado do esposo Ricardo Vieira e um casal de amigos, Renata viajaria para a França, aproveitando uma promoção da companhia aérea estrangeira. Todos compraram as passagens pela internet, arrumaram as malas, mas ainda no sábado, Renata desistiu da ideia. A capixaba não quis ficar longe dos dois filhos, de 15 e 13 anos, e adiou a viagem para julho, quando os adolescentes estarão de férias.
Surpresa com a notícia do desaparecimento do avião, a mãe da empresária capixaba, Terezinha Moreira Coelho, 65, se mostra emocionada com a história da filha. "Renata nasceu com seis meses e meio de gravidez, mas sobreviveu. Aos 10 anos, sofreu um acidente muito feio, foi jogada a uma longa distância. Novamente sobreviveu, sem nenhuma fratura. Desta vez, tornou a ser iluminada".
Ainda abalada pelo acidente, Renata prefere não conceder entrevistas, garante a mãe. Entretanto, a capixaba se mostra aliviada pelo fato do casal amigo também não ter embarcado no Airbus 330 desaparecido. "Em solidariedade, eles não foram para Paris e também deixaram para visitar o país em julho. Mas agora não sei se viajarão mais", explica Terezinha.
Capixaba estava no avião
O oceanógrafo Leonardo Dardengo seguia do Rio de Janeiro para Paris, onde fazia um curso de doutorado numa instituição da cidade de Toulouse. Ele trabalha para uma empresa ligada à Petrobras, e permaneceria na França até dezembro deste ano, segundo informou a irmã da noiva de Leonardo, Mônica Maciel. Segundo ela, sua irmã, Mariane, falou com o noivo, por telefone, antes de o avião decolar.
Leonardo fez o Ensino Médio no Centro Educacional Charles Darwin, entre 93 e 94, e um curso complementar na Ufes, no ano 2000, de acordo com informações do seu currículo na internet. O pai dele mora em São Paulo e a mãe, no Espírito Santo. De acordo com os familiares do capixaba, ele teria ficado noivo no sábado. A irmã da noiva admitiu, em entrevista para a TV Gazeta, que as esperanças de achar sobreviventes são realmente pequenas. A noiva de Leonardo está sob o efeito de sedativos.
Para dar apoio emocional à irmã, que trabalha na capital paulista, Mônica Maciel seguiu para a cidade de São Paulo. Segundo ela, Mariane havia passado férias com Leonardo, que havia vindo a Vitória para ver a família. Mariane planejava se encontrar com ele na Europa, já que a previsão de permanência do oceanógrafo na França é até dezembro deste ano.
Leonardo Dardendo, que estudou em Vitória até o ensino médio, cursou Oceanografia na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), fez mestrado em Engenharia Ambiental, na Holanda, e fazia doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Beneficiado por um programa do Ministério da Educação, faria parte desse doutorado em Toulouse, na França. Ele voltaria ao Brasil para a defesa da tese.

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