segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O Brasil precisa de psicológico

O ministro da Fazenda Guido Mantega afirmou nesta segunda-feira em São Paulo que parte do contágio no Brasil da crise mundial é psicológico.

A crise acaba trazendo um contágio psicológico, não é nem no nível de operações e de crédito. A gente não pode deixar que haja esse contágio porque o empresário vai pensar que as vendas vão cair e que não vai ter crédito", afirmou Mantega, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

De acordo com o ministro, a reunião com o presidente Lula foi para comunicá-lo que ainda não há uma melhora substantiva do quadro internacional, apesar das medidas adotadas por alguns governos. Mantega disse que o governo pensa em irrigar com crédito alguns setores produtivos e que existe uma espécie de retenção de crédito por parte de alguns bancos.

"Os bancos que têm dinheiro não querem emprestar para outros porque ainda há desconfiança daqueles que têm ativos podres nos Estados Unidos", detalhou.

Mantega ressaltou ainda a diminuição do poder aquisitivo da população americana e européia como um sinal de que haverá uma retração da atividade econômica ou até mesmo uma recessão, como sinalizou o Reino Unido com crescimento negativo.

O ministro acredita que o motivo da desvalorização de algumas moedas e a valorização do iene e do dólar se deve a desalavancagem promovida pelos hedge funds.
"Eles estão retirando seus investimentos feitos ao redor do mundo e com isso estão causando desmonte das posições de aplicação nos diversos mercados, como bolsas e renda fixa, no México, Brasil, Africa do Sul, Austrália, entre outros país", disse.

Para Mantega, essas emrpesas praticam o chamado carry trade, que são as tomadas de empréstimo onde os juros são mais baratos e a aplicação desses onde os juros são mais caros.

Para o ministro ainda não existe um valor certo de quanto prejuízo a crise custará para o Brasil.

"Se for 10, 15 ou US$ 20 bilhões como estão dizendo por aí, acho que é um problema que pode ser absorvido economia brasileira", ponderou.

O ministro admitiu que existe uma redução de crédito e que o governo está empenhando em saná-lo por meio da liberação dos compulsórios do Banco Centra. Disse também que os bancos estão operando com cerca de 70% a 80% dos créditos que tinham antes, e finalizou dizendo que o Brasil não tem problemas por que as "nossas instituições financeiras são mais sólidas que as de fora, pois estão menos alavancadas".

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